sábado, 17 de janeiro de 2009

Fernando Pessoa noutras Linguas

Há pouco tempo andei há procura de textos do Fernando Pessoa (quem deu nome ao nosso blogue) e fui dar a um livro que tinha alguns textos em Inglês e em Francês.
Eu lembro-me que ele escrevia em Ingles mas em Frances não fazia a mínima ideia, voces sabiam?

Fica aqui um excerto de um dos textos em Inglês de que gostei mais (acho que não vale a pena dizer que nem li os textos em Francês porque não percebia nada)

35 Sonnets
I

Whether we write or speak or do but look
We are ever unapparent. What we are
Cannot be transfused into word or book.
Our soul from us is infinitely far.
However much we give our thoughts the will
To be our soul and gesture it abroad.
Our hearts are incommunicable still.
In what we show ourselves we are ignored.
The abyss from soul to soul cannot be bridged
By any skill of thought or trick of seeming.
Unto our very selves we are abridged
When we would utter to our thought of being.
We are our dreams of ourselves souls by gleams
And each to each other dreams of other's dreams.

by Fernando Pessoa

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá!

Também não sabia que Fernando Pessoa escrevia poemas em francês! Apesar de saber que ele escrevia em inglês, acho que nunca tinha lido nenhum desses poemas.

Eu e poesia não ligamos muito bem, aliás o Fernando Pessoa foi até hoje o único poeta de quem consegui gostar, devido a todo o simbolismo e significado pouco aparente e escondido dos seus poemas, onde cada frase e cada palavra não lá está por acaso.
Dito isto, a minha interpretação deste poema em particular é obviamente extremamente incompleta e limitada.

A mensagem que o poema me passa é que nós não nos conhecemos completamente a nós próprios, como por exemplo ao sermos colocados em determinadas situações extremas podemos ter reacções completamente opostas do que pensariamos ter. Por outro lado falhamos a mostrar aos outros o que realmente somos, porque o que pesamos num momento nunca consegue ser verdadeiramente traduzido em palavras ou gestos, porque as emoções que nos dominavam nessa altura, perdem-se em parte quando se as quer transmitir porque inevitavelmente e quase inconscientemente são pensadas, racionalizadas, perdendo a sua verdadeira originalidade e sinceridade. Desta forma não passamos todos, tal como os poetas de "fingidores", incapazes de transmitir o que de facto sentimos.

Gostei da publicação :)
Beijinho***

mfc disse...

Ele é genial independentemente da forma como escreva.